quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

memória: um corpo a escrever



Como foi importante esse momento de reflexão. Falar das memórias, expor nossos sentimentos. Sorrir, chorar, cantar. Recarregar as baterias para continuar vivendo, sonhando, amando.




(...)

Que as decepções não acabem com o encantamento.                             


Que o cansaço não nos tire o sonhe.
Que a falta de tempo não acabe com os encontros.
Que as desilusões não nos faça desistir de ser feliz.
Que as mágoas não nos torne pessoas amargas.


(...)

E que a vida nos traga vários momentos como este.

(escrita da diretora da escola Juventina Drummond,
 professora Rosa Ana)

lembranças: um pouco da minha vida

Lembranças boas
Lembranças ruins
São tantas lembranças
Do tempo em que ainda era criança
Da brincadeira inocente na rua
Da contação de histórias de assombração ao redor do fogão de lenha
Dos batizados das bonecas
Das comidinhas de mentirinha
Das idas para cachoeira das andorinhas a pé
Sentindo a natureza ao nosso redor
São tantas lembranças...



Ai, que saudade do meu tempo de criança.




Me recordo que quando ainda criança gostava muito de brincar de escolhinha com minhas irmãs e até mesmo com meus vizinhos.
Nosso quadro era a cerca de latão que ficava ao redor da casa e o giz era o carvão do fogão de lenha.
Pelo que eu me lembro, não tinha muitas dificuldades com relação às disciplinas aplicadas na sala, porque quando chegávamos em casa, sempre depois do almoço, nos reuníamos e nos juntávamos no quintal e o que a professora ensinava na sala de aula, nós revíamos nas brincadeiras de escolinha.
Sei que isso ajuda muito, principalmente aqueles alunos que apresentam dificuldades e incentivo a ele que brinquem também de escolinha com os seus irmãos ou até mesmo com os coleguinhas que moram próximos de suas casas.
Eu brincava, estudava, mas não tinha em mente alguma dia, dar aula, ser professora, só queria mesmo um diploma, queria mesmo era ser secretária, e não é que o destino me pregou uma peça, olha eu aqui hoje, lecionando.


(professora Maria Marta, em julho de 2013)

POEMA

Meu bairro


Ao passar pelas
Ruas do meu bairro
Gratas recordações
Por mm vagueia,
Minha infância é ali revivida

Dos amores de outrora nascida.



(professora Fátima, 19 de julho de 2013)

o espelho


Todos os dias a velha passa sem saber que passa.
O que pesa mais na velha não são os pés, mas as rugas que parecem saltar do rosto.
O olhar pequeno, a pele que obedece as linhas da vida. Linha vertical, caída.
A vela quer morrer, sempre quis, mas a vida insiste.
E essa velha não troca de roupa e vive no marrom. Na testa, linhas mil, deve ser porque pensa, pensa tanto que vai parindo marcas.

A velha sorri, um sorriso falso. Hoje a velha não quer falar, a boca já enrugou. Eeee, velha, pra que tanta dor, se os teus olhos ainda vibram como antes?

natália goulart, 18 de julho de 2013. 

palavra prima

“A palavra está presente 
onde se renova 
o contato 
do eu e do mundo”

arte: Biel Machado


[fragmento de uma das conversações, realizada durante a oficina em julho de 2013]

tempo


Sou o tempo, tenho pressa, fome de esperança.


Busco meus sonhos, talvez perdidos pelo segundo da noite sem descanso,adquiridos pelos movimentos do dia.

Quero encontrar-me.

Poder buscar meus sonhos, minhas lembranças. FORTALECER-ME.

Quero acordar com os cantos dos pássaros pela manhã.


Acordar sorrindo, sentindo o aroma do café.

                                                                                                           Cristiane Gomes Nonato 19/07/13

a invenção da memória

escrevo para inventar uma memória. escrevo par encontrar quem já perdi. escrevo para amenizar a saudade. escrevo para desenhar uma história possível. cada letra que vai se juntando a outra, e mais outra, e outra... e outra. a palavra. o encantamento pelo papel em branco – muitos papeis espalhados pela casa, pela bolsa, pelo carro. e como ensinar alguém a escrever? como transmitir a palavra? esses dias escutei e pensei: escrever é se arriscar, é uma perda contínua e a busca insistente – é caminho, o tal do mapa que nos orienta e desorienta. uma rua e mais. o que alcanço e o que me escapa. o passeio pelo trapézio sem rede... coragem, pé no chão e desejo.




cláudia itaborahy, 19 de julho de 2013.